A lenda da princesa de olhos azuis e o pastor no reino das Sete Cidades que tornou esta Lagoa num dos locais mais emblemáticos do mundo.
A Lagoa das Sete Cidades, também conhecida como a Caldeira das Sete Cidades, está localizada na Ilha de São Miguel, nos Açores.
Está mais precisamente localizada a Noroeste da Ilha de São Miguel, no concelho de Ponta Delgada. A Lagoa das Sete Cidades é um lago de água doce e o maior dos Açores, ocupando uma área de aproximadamente 4,3 quilómetros e com uma profundidade de cerca de 33 metros. É um dos principais pontos turísticos do arquipélago, e por isso recebe muitas visitas ao longo do ano.

Este ponto turístico natural foi formado na cratera de um vulcão. A lagoa é uma só, mas por ter duas cores diferentes deram-lhes o nome de Lagoa Verde e Lagoa Azul, ambas se juntam e formam uma das paisagens mais incríveis da ilha.
Não é por acaso que este símbolo dos Açores foi classificado como Paisagem Protegida da Rede Natura 2000, uma rede europeia que trata da conservação da natureza.
Esta lagoa, além de ser deslumbrante, tem associadas algumas lendas pelo facto de serem duas lagoas de cores distintas uma ao lado da outra. A lenda mais famosa é a lenda da Princesa dos olhos azuis.

História da Lagoa das Sete Cidades
A Lagoa das Sete Cidades formou-se na cratera de um vulcão que teve uma grande erupção em 1445. A Caldeira é formada por dois grandes lagos que possuem dois tons, por isso são chamadas de Lagoa Verde e Lagoa Azul. Estão separadas apenas por uma ponte que dá acesso à localidade.
A razão das diferentes cores pode ser explicada pela profundidade e pela concentração de algas existentes nos lagos que refletem o céu ou acabam por revelar a cor das algas.
Lendas da Lagoa Azul e Lagoa Verde
Existem algumas lendas referentes às lagoas, mas a mais conhecida e romântica é a da princesa Antília que tentou viver um amor proibido.
Conta a Lenda da princesa de olhos azuis e do pastor no reino das Sete Cidades que há muitos, muitos anos, no lugar onde hoje fica a freguesia das Sete Cidades, existia um grande reino onde vivia uma jovem princesa de olhos azuis, muito bela e bondosa.
A princesa gostava muito da vida no campo e uma das suas actividades favoritas era passear pelos campos, sentindo o cheiro das flores, molhando os pés nas ribeiras ou apenas apreciando a beleza dos montes e vales que rodeavam o reino. Num dia normal de passeio pela região, a Princesa dos olhos azuis encontra-se com um Pastor de ovelhas de lindos olhos verdes, e foi amor à primeira vista.
Após esse primeiro encontro, os dois apaixonados encontravam-se sempre no mesmo local, à beira de um lago. A princesa e o pastor falaram muito. Falaram dos animais, das flores, do tempo e de todas as coisas simples e belas que os rodeavam. Depois deste dia, os dois passaram a encontrar-se todos os dias para conversar.
O problema é que o Rei desejava que a sua filha casasse com um Príncipe do reino vizinho e jamais permitiria que a sua filha casasse com uma pessoa de poucas posses.
Assim que descobriu os encontros escondidos, o Rei proibiu a Princesa de se encontrar com o pastor e de prosseguir com aquele amor. Muito triste e desesperada a Princesa Antília pediu um último encontro com o seu amor de olhos verdes, e assim aconteceu.
Por respeito ao pai, a princesa aceitou esta cruel decisão, mas pediu-lhe que a deixasse ir mais uma vez ao encontro do pastor para se poder despedir dele. Sensibilizado, o rei disse-lhe que sim. A princesa e o pastor encontraram-se pela última vez nos verdes campos onde se conheceram…
A despedida foi tão triste que os dois choraram bastante, e das lágrimas dos olhos azuis da Princesa formou a Lagoa Azul e dos olhos verdes do pastor formou a Lagoa Verde. Diz então a lenda que os dois foram separados, mas ficou a lembrança das lágrimas lado a lado que representa o eterno amor destes jovens apaixonados.
Imagens: Sessão Ana e Pedro